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Historicamente falando, é irrelevante questionar “e se”. Imaginar como seria o mundo se o arquiduque Francisco Fernando não estivesse sido assassinado e a primeira guerra não tivesse explodido leva somente à milhões de especulações.

Historicamente falando, é irrelevante questionar “e se”.

Imaginar como seria o mundo se o arquiduque Francisco Fernando não estivesse sido assassinado e a primeira guerra não tivesse explodido leva somente à milhões de especulações.

Não temos como mudar o passado, não é mesmo?

Dito isso, vamos abrir aqui uma exceção só para mostrar o impacto que uma pessoa causou em nossa sociedade.

E se Alan Turing não tivesse sido convocado para a segunda guerra mundial?

E se a Enigma, uma das maiores armas nazista, o tivesse vencido?

A primeira grande especulação é: você não estaria lendo esse post em seu computador, tablet ou smartphone.

Muito menos poderia assistir ao vídeo especial dessa matéria que fizemos para o Youtube.

A segunda consideração é mais tensa: e se os países do eixo – Alemanha, Itália e Japão – tenham vencido a guerra?

Possivelmente estaríamos vivendo uma espécie de O Homem no Castelo Alto.

Sentiu o impacto? Pois é, esse é o motivo e a importância de conhecermos quem foi Alan Turing e seu papel na guerra depois e no modo como nos comunicamos.

Quem foi Alan Turing?

Alan Turing foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico.

Ele nasceu em 1912, em Londres e não era uma pessoa que se destacava na multidão.

Quem conviveu com Alan conta que era um garoto tímido, sem talento para convívio social e sem cuidado com sua aparência.

Contam, ainda, que era estranho ao ponto de, no futebol, gostar de ser o bandeirinha.

A perspectiva de mundo de Alan mudou quando, aos 16 anos, conheceu um garoto muito inteligente chamado Christopher Morcom.

Se tornaram melhores amigos, e em 1930, Chris morreu de pneumonia bovina.

Isso mudou Alan, que decidiu continuar o legado intelectual do amigo.

Esse fato influenciou sua dedicação aos estudos, o que o fez se tornar conhecido pelos professores de Cambridge por seu raciocínio brilhante.

Decifrando a Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra estourou em 1939. Tão logo começou e em 1940 já estava nas mãos dos nazistas.

A Europa continental havia caído, as ilhas britânicas estavam ilhadas e os submarinos alemães afundavam 200 mil toneladas de embarcações todo mês.

Desespero. Como começar a mudar esse cenário?

A resposta era simples: descobrindo a posição dos submarinos. Mas como fazer isso?

Aí que vem a parte complicada. Era preciso decifrar mensagens alemãs e japonesas que continham a localização e trajetória dos submarinos.

Naquela época, a comunicação era feita através de ondas de rádio. 

Não era tão difícil interceptar as ondas do exército inimigo, o problema era entender o que eles estavam dizendo, pois todas as mensagens eram criptografadas.

Os países Aliados – em que os principais eram a União Soviética, o Reino Unido, a China e mais tarde os Estados Unidos – precisavam agir rápido ou logo não teriam qualquer chance de reverter a vantagem nazista.

Para tentar decodificar as mensagens, o governo britânico reuniu uma força tarefa de mais ou menos 30 pessoas.

E entre eles estava Alan Turing.

Curiosidade

Dessas 30 pessoas escolhidas a dedo pelo governo, somente duas eram matemáticas.

O restante eram profissionais diversos, como linguistas, arqueólogos, campeões de xadrez e até fãs de palavras cruzadas.

Isso mostra que, na época, eles consideravam a decodificação como um problema lógico mais literário que matemático.

Alan Turing x A Enigma

A força tarefa especial reunida pelo governo britânico estava enfrentando um inimigo de peso – que literalmente pesava 6 quilos. 

A Enigma, muito parecida com uma máquina de escrever, foi criada pelo engenheiro electrotécnico alemão Arthur Scherbius e tirava o sono das Tropas Aliadas.

Devido ao seu funcionamento e propósito, ela era tão importante para os países do eixo que os alemães consideravam ser a sua maior arma.

A codificação da Enigma não era nada simples. Quando uma tecla era pressionada, a letra que essa tecla equivalia era codificada com outra letra.

Por exemplo: se apertasse a letra D, sairia no papel a letra K. Mas a coisa não é tão simples quanto um caractere substituindo o outro.

A máquina possuía diversas engrenagens, e cada uma gerava uma letra.

Então, antes da letra D virar a letra K no fim da mensagem criptografada, ela se tornava diversas outras letras.

Saber esse caminho para um D se tornar um K que era o segredo.

Todas essas engrenagens embaralhando as letras chegava a seis sextilhões de possibilidades de códigos.

Ou seja, humanamente impossível decodificar, a não ser que eles descobrissem a configuração da máquina.

É aqui que Alan Turing brilha.

A maior parte dos seus colegas tentavam descobrir as configurações de codificação da Enigma com um papel e um lápis na mão.

Mas ele achava que para combater uma máquina, ele precisava de outra.

Criar máquinas capazes de fazer todos os cálculos possíveis já era algo que Turing não só sonhava, mas já produzia em estudos.

Em 1937 ele publicou um artigo chamado “Sobre as Máquinas Computáveis” que teve uma importância enorme para a matemática pura.

Esse estudo trazia uma aplicação teórica que ninguém, na época, percebeu e que hoje nós chamamos de computador. 

Foi exatamente por esse tipo de estudo que Alan foi chamado para colaborar na guerra.

E foi no campo de batalha que Turing pôde passar da teoria para a prática.

Com o time, ele construiu uma máquina chamada “A Bomba”, que escrevia e interpretava símbolos limitados em 0, 1 e conjunto vazio — basicamente os mesmos códigos que usamos hoje para programar.

A máquina de Turing identificava pontos fracos da codificação da Enigma e foi responsável por revelar a posição dos submarinos alemães.

Em números, no ano de 1942, os ingleses decodificaram 50.000 mensagens por mês, uma por minuto.

Pesquisadores estimam que as ideias de Alan Turing encurtaram a Segunda Guerra Mundial em dois anos.

Alan ajudou a dar um fim no confronto, se tornou um herói e mais tarde foi recrutado pelo serviço secreto de inteligência inglês, o M16.

Lá, construiu um sistema de computação automática e mudou a forma como nos comunicamos.

O que ele inventou está em constante evolução e criando ramificações. Nossa tecnologia só cresce, e vai saber até onde vamos chegar graças a Turing.

O crime e o perdão real

Apesar do seu papel na Segunda Guerra Mundial, Turing foi derrotado pelo preconceito.

Lembra de Chris, aquele amigo de Alan que citamos no começo desse texto?

Segundo pesquisadores, Chris provavelmente foi a primeira paixão de Alan. Mas ser gay no Reino Unido era ilegal.

Em 1952 ele foi preso por “grande indecência”, o que nas palavras da época significava homossexualidade. Alan foi condenado à castração química e tratamento hormonal.

Hoje em dia, é sabido que um dos efeitos da castração química é a depressão.

É importante entender isso, pois em 1954 Alan foi encontrado morto após morder uma maçã envenenada com cianeto.

A homossexualidade foi descriminalizada em 1967 no Reino Unido.

Antes mesmo disso, algumas pessoas do governo já haviam pedido a emissão do perdão real, que significa que o governo britânico iria admitir o que fez com Turing.

E é claro que eles não emitiram.

Em 2012, onze cientistas britânicos, entre eles Stephen Hawking, solicitaram o perdão real, mas não foram atendidos.

Só em 2013 Alan Turing recebeu o perdão real da Rainha da Inglaterra por sua condenação.

Alan Turing, obrigada por tudo.

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  • tecnologia

Talita Lefér

Thalita Lefér é designer e criadora da Amarelo Criativo, uma plataforma dedicada a criar conteúdo para o público criativo através de vídeos e podcast. Ama café, games, cultura pop, desenhos e espera ansiosamente o dia que irá acordar dobrando terra.

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